sábado, 22 de agosto de 2009

Quinta feira, 20/08


Fabi mostrou a todos, um pouco da estória e os fazeres de Arthur Bispo do Rosário.
Contagiou muito todas aquelas 'arturas' de Bispo, retalhos, potes, panos, roupas, linhas, fitas, tudo em tudo ele mexia.
Objetos que achava na rua, numa loucura de se fazer aquilo tudo se potencializar.
Era seu recriar o mundo para o juízo final...

Um novo objeto,ritmo para o laboratório: o tambor.

Mesmo a agitação dos planos para tantas cousas que o grupo poderá fazer, em nosso 'palco' a energia se transforma.
Mais um despertar do corpo,olhos fechados, torce,mãos, pés, estica tanto e tanto a se dilatar.
Ritmo da música, o corpo fala, pergunta para cima, silencia, se agita para baixo, reflete o que sente.
Sente uma garoa, chuvisco,chuva! É o tempo que volta nas brincadeiras de enxurradas.
A água espirra, os braços encolhem, expandem, a lama que se forma aos pés, corre, rola, rolar na lama, no barro quente enfiar os pés e se lambuzar dessa energia.
Alguns pulam, e não param. Rolam, voltam, param.
Pulos, ritmo, ritmo, rolamento, levanta, troca, pulos longos, curtos...
Forma-se uma roda.
Base, embalo da música até a base ser exagerada. o nosso terceiro pé de apoio.
......

Imagens

Temos já três, uma seguência com a qual podemos trabalhar.
Andando, corpo em foco, tambor!Primeira imagem, desmonta, anda,
Tambor, terceira imagem, desmonta... até serem elas mais dinâmicas que mecânicas.
Escolhemos mais duas.
Cinco agora no total.Diário ao lado para anotações, explorar estas novas companheiras nossas, o olhar, sentir dela, um quadril que vira ou sorriso.
Música: a dança das imagens!
Agora é levar o que já está ficando no corpo, dança, primeira pra segunda, segunda terçeira... até a roda se formar novamente e cada um mostrar seu gingado.


Música Albanesa, encerramos mais uma noite.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

um Ser que nos inspira

Arthur Bispo do Rosário

um contador de histórias,
no seu Manto da Apresentação,
nos seus estandartes, nos fardões,
nas suas vestes, nas cortinas,
nas vitrines, nos objetos mumificados...

Ele recebeu a missão de recriar o mundo para ser apresentado a Deus no dia do Juízo Final.

De que cor você vê minha aura?

Era a pergunta que ele fazia a quem queria entrar no seu quarto...
as pessoas eram convidadas a participar do seu delírio


A. B. do R (Manoel de Barros)
Arthur Bispo do Rosário se proclamava Jesus. Sua obra era ardente de restos: estandartes podres, lençóis encardidos, botões cariados, objetos mumificados, fardões da Academia, Miss Brasil, suspensório de doutores - coisas apropriadas ao abandono. Descobri entre seus objetos um buquê de pedras com flor. Esse Arthur Bispo do Rosário acreditava em nada e em Deus.

"Ponte Poética"


Ponte Forte, Ponte bela
Você será uma passarela
Passarela que ei de atravessar
E, é por este lado aqui que vou entrar
Passos curtos, longos e marcantes pra ficar
Com o gingado e o jeito de ser
Ei de encantar
Quero muita força nesse passar
Sozinho não vai rolar!
Preciso de mais gente neste transformar
Gente como a gente,
Que tem consciência no estar
Amigo, companheiro, irmão, camarada
Não sei que nome dar
Pra essa junção que a gente agora há de formar
Vamos nos interligar
E num sentido comum chegar
As ideias na ponte colocar
Pra se começar a trabalhar
Não se importe,
A gente não tem onde morar
Vai ser com garra, força e persistência
Que essa ponte iremos formar,
Pra um bonito final proclamar!

Carol

o início de uma travessia...



Travessia = processo que busca Tranformação

Nos sonhos a Ponte pode significar a passagem de um estado para outro, um estado mais elevado, uma ascenção...

como na ascenção da Santa que a Paula nos trouxe... e tantas outras coisas maravilhosas que ela nos trás...

o Sonho que Loruama compartilhou conosco... será que era o Bispo? pensei... talvez sim... ele veio nos inspirar...

o sonho de muito tempo da Ana Carol com uma Ponte ...

Tudo começa a fezer sentido... a ponte nos conecta, nos religa, lugares diferentes, novos, estranhos ... somos movidos por esse desejo de mudança... e temos a coragem de atravessar!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Os outros: o melhor de mim são Eles." (Manoel de Barros)


Todos chegam, se aprochegam para que na roda comecem a discursar.


O pedido foi tudo em que se toca a alma, dez imagens

uma música cantada

uma música gravada

um texto que lhe fale

Peguemos: cadernos e digamos... tudo o que se mostra o outro recebeu.


Momentaneamente em um outro espaço, assim sim o jogo ia começar: em trajes de guerra e o espírito tão viril.
Deitados para o corpo despertar.
Rolando e se contorcendo, agitando as infinitudes de possibilidades que o corpo nos propõem. Imagens, imagens e imagens, texturas, formas, pinturas, fotos, lembranças. O corpo fala, põem pra fora o invisível.

Ritmo, ritmos.

Uma correria, agitação sem por nem tirar ou pra tirar e se por! E repentinamente "Para!". E uma outra densidade para explorar: de base exagerada, uma outra densidade e maneira de se estender.

As imagens vem, se vêem e despertam cada qual em sua vida. Dançam, falam, pontuam, agitam, de leve, bem soltas.

Trazer no corpo imagens mais pontuadas que vieram.

Plano alto, médio, a posição e anotações.

Pique-pega!
Sem pique e muito pega-pega, corre, joga, desvia e... imagem!
Pique-pega, escorrega, cambaleia e outra imagem. Corre, revira, imagem, troca, volta, destroca.


Música Albanesa

Edomar jin
temorê dô talibã iaa
ia man cho po
ia man oi a man



Com direito a coreografia.

A ponte


Teatro.

Teatro da Ponte.

Uma ponte que atravessa os limites do entendível, liga o desconhecido e o conhecido, torna visível o invisível.


Estamos em um dos lados sabendo ou sentindo que do outro, imagens, poemas, festins, linhas, botões, trancos e barrancos e tudo o que uma alma pode ter, nos espera.

O mais aconchegante da caminhada é não estar só.

Nossa cortina de retalhos de alma envolverá nosso espaço de ser de sonhar, nosso espaço de poesia!